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ÁLBUM DE FOTOS DE NOSSA REGIÃO

 

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SOBRE A VIAGEM QUE EM 1553 FEZ ULRICH SCHMIDEL DESDE NUESTRA SENHORA DE ASSUNÇÃO ATÉ O PORTO DE SÃO VICENTE E SUA PASSAGEM PELA VILA DE SANTO ANDRÉ DA BORDA DO CAMPO

 

 

 

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Gravado da edição em alemão de 1599

Ulrich Schmidl, também grafado como Úrico Schmidel o Schmidt, foi um soldado lansquenete(1), viajante e cronista de origem germânica, autor da obra “Historia verdadeira de uma viagem curiosa feita por U. Schmidel”, publicada em Frankfurt em 1567, onde faz um relato de sua participação na conquista e colonização da bacia do Rio Paraná ao longo dos vinte anos que permaneceu aqui, fazendo uma das primeiras crônicas dos habitantes e territórios dessa região.

 

Depois da publicação de 1567, no idioma alemão, em 1599 teve uma edição em latim por Levinus Hulsius (1546-1606). Os gravados que ilustram as aventuras de Schmidel foram realizados por Teodoro de Bry e Levinus Hulsius.

 

No final de sua viagem, narrado nos capítulos L, LI, LII e LIII do livro, Schmidel decide retornar a Europa, e com essa finalidade parte de Assunção com destino ao porto de São Vicente, onde pretende pegar uma nave que o leve de volta a sua terra. Nesta matéria iremos a relatar estes capítulos a partir da edição de 1836 impresa em Buenos Aires pela Imprenta del Estado.

 

Ulrich Schmidel ou Ulderico Schmidel era natural de Straubing, Baviera, onde nasceu no início do século XVI. Quando jovem ficou sabendo dos aprestos de um armamento considerável destinado à colonização e conquista do Rio da Prata e resolveu ir para Cádiz, ponto de encontro dos que deviam participar dessa empreitada.

 

Sob o comando de Dom Pedro de Mendoza, homem que tinha se distinguido na Itália lutando pelo Condestável de Borbón, a esquadra formada por catorze navios de várias dimensões levando a bordo uma força de 2500 espanhóis e 150 alemães partiu de Cádiz em 24 de agosto de 1534.

 

No dia 27 de dezembro de 1535, dia da São João Evangelista, dos 2500 espanhóis que tinham saído de Cádiz só restavam 560. A maioria dos demais tinha morrido de fome nas guerras contra os índios Querandies.

 

Descripción: bsas

Buenos Aires

 

Descripción: querandies

Querandies

 

Schmidel era um soldado a serviço do Rei de Espanha, com evidentes grandes dificuldades para se expressar tanto no idioma castelhano como nos idiomas dos povos que por aqui moravam, mas que teve o mérito de registrar todo o que ia vendo ou ouvindo pelo caminho. Evidentemente não tinha o rigor de um pesquisador de carreira e sua dificuldade com os idiomas fez muito difícil a interpretação dos nomes dos lugares por onde andou, mas inegavelmente os registros que ele fez são valiosíssimos e o transformam num dos primeiros historiadores daquela época.

 

Graças a ele sabemos, apenas para citar alguns exemplos, dos desastres da primeira fundação de Buenos Aires e de Corpus Christi, como os castelhanos tomaram o povoado dos indos cários que hoje é a cidade de Assunção, a passagem de Alvar Nunes Cabeza de Vaca vindo pelo Peabirú desde a ilha de Santa Catalina (hoje Florianópolis) para o Peru, etc., etc, etc.

 

Em seus registros chega a descrever as mulheres guerreiras chamadas Amazonas, das que chega a narrar como elas se amputavam o seio direito para manejar melhor o arco e as armas na guerra com seus inimigos. O que evidentemente foi em função dos relatos de daquela época.

 

Neste artigo narraremos apenas a viagem que Schmidel fez de Assunção para o Porto de São Vicente através do Peabirú, chegando a passar pela casa de João Ramalho.

 

Descripción: oveja

A ovelha das índias (na língua do lugar conhecidas como guanacos)

 

SOBRE A VIAGEM DE NUESTRA SENHORA DE ASSUNÇÃO AL PUERTO DE SÃO VICENTE

(Texto criado a partir da leitura dos capítulos L, LI, LII e LIII do livro VIAGE AL RIO DE LA PLATA Y PARAGUAY, por ULDERICO SCHMIDEL. BUENOS-AIRES. IMPRENTA DEL ESTADO. 1836)

(Os nomes foram mantidos conforme original)

 

No dia de Santiago, 25 de julho, de 1552, estando Ulrich Schmidel, em Assunção, recebeu uma carta do seu irmão Thomas Schmidel lhe solicitando para voltar à sua pátria. Com essa carta Schmidel pediu autorização ao Capitão Domingo Martinez de Irala para fazer a viagem de volta, a qual inicialmente foi recusada, mas lembrando dos longos e difíceis serviços que durante todo esse tempo tinha prestado, todas as misérias que tinha sofrido e as vezes que arriscou a vida ao serviço do Rei. Terminou recebendo a autorização e cartas para apresentar ante o Rei pelos serviços prestados.

 

E começaram os preparativos para a viagem de volta com um grupo de vinte índios cários (também denominados cariós, carijós ou guaranis) que iriam acompanhar Schmidel carregando sua bagagem.

 

Descripción: carios

Índios cários ou guaranis

 

Oito dias antes da partida, chegou um viajante do Brasil dizendo que tinha chegado de Lisboa um navio de Johann von Hielst, mercador de Lisboa e de Erasmus Schezen, comerciante de Amberes. Sabendo disso Schmidl e seu grupo, no dia de São Estevam, 26 de dezembro de 1552, partiram de Assunção em duas canoas.

 

Depois de percorrer 46 léguas chegaram ao povoado de Suberic Sabaye, onde se juntaram ao grupo quatro espanhóis e dois portugueses, todos eles viajando sem autorização das autoridades.

 

Mais 15 léguas depois chegaram a um povoado chamado Gaberetho e andando mais 16 léguas chegaram a outro povoado chamado Barotio, de onde em mais nove dias chegaram a Berede, distante a 54 léguas do anterior. Nesse local ficaram dos dias se abastecendo de mantimentos e conseguindo canoas para remontar 100 léguas pelo Rio Paraná. Finalmente chegaram a Gingie, povoado cário onde ficaram quatro dias e até onde naquela época chegava o domínio do Rei de Espanha.

 

Deixaram as canoas para entrar por terra na Nação dos thopiss (tupis), onde começa a jurisdição do Rei de Portugal, numa caminhada que levaria seis meses inteiros através de desertos, morros e vales.

 

Os índios dessa nação comem seus inimigos. Sempre estão em guerra, e é seu maior deleite: os vencedores levam à aldeia os vencidos com tanto acompanhamento como se fosse uma boda. Quando querem matar algum deles fazem grandes festas e enquanto vivo lhe dão tudo o que pede e apetece, incluindo mulheres para se divertir, até a hora em que lhe hão de matar. Passam dias e noites em banquetes e bêbados. São muito soberbos e altivos e fazem vinho de milho. Sua língua é pouco diferente da língua dos cários.

 

Depois de andar 4 léguas, no Domingo de Ramos chegaram a outro lugar chamado Karieseba cujos habitantes estavam em guerra com os cristãos (europeus). Já no caminho lhes avisaram para tomar cuidado com seus habitantes. O grupo não tinha necessidade de mantimentos, porém dois dos companheiros, contra a vontade dos demais, optaram por ir até o povoado, onde apenas entraram foram mortos e devorados pelos indígenas.

 

Pouco depois, um grupo de indígenas vestidos com roupas de cristãos (europeus), se aproximou do grupo de Schmidel até uma distancia de 30 passos, desde onde começaram falar. Sabendo o grupo de Schmidel que quando os indígenas começam falar de longe é sinal de más intenções, pegaram nas armas e perguntaram pelos companheiros. Os indígenas começaram a atacar com suas flechas e do povoado saiu um exército de uns 6000 homens. A única defesa do grupo de Schmidel eram quatro arcabuzes dos europeus e as armas dos 20 cários. Se refugiaram num bosque vizinho onde resistiram por quatro dias, sem comida, até conseguirem fugir.

 

Depois de mais oito dias andando pelos bosques, se alimentando de mel e raízes e sem querer se deter para caçar por medo de serem alcançados pelos karisebas, chegaram à nação Biessaie, onde ficaram quatro dias se abastecendo de mantimentos sem se atrever a entrar no povoado.

 

Descripción: serpiente

Nesta região Schmidel conta terem visto grandes cobras chamadas Schue Eyba Tuescha (?) de dez passos de comprimento e quatro palmos de largo, que quando um homem ou animal entrava no rio, a serpente o enrolava com o rabo e o levava para baixo da água para comê-lo. Por esse motivo estas cobras andam sempre com a cabeça fora da água olhando se entra na água algum homem ou animal.

 

 

O grupo andou mais 100 léguas até chegar a Scherebethueba (Geribatiba), onde descansaram por três dias. Estavam muito decaídos e magros pela viagem, a falta de comida, já que durante a viagem a única comida que tiveram em abundância foi mel, falta de camas para descansar, já que na viagem apenas usavam redes tecidas de algodão de quatro ou cinco libras de peso.

 

Logo depois foram até um povoado de cristãos que Schmidel identificava como um covil de ladrões. Seu capitão era Johann Kaimunnelle (João Ramalho), que se tinha se ausentado em viagem a Vicendo (São Vicente) para concluir um tratado de paz com os cristãos (europeus) que lá moravam. Os indígenas do povoado estavam sujeitos ao Rei de Portugal, porém sob o poder de Johann Kaimunnelle (João Ramalho), que era muito obedecido. No povoado também moravam 800 cristãos (europeus).

 

Johann Kaimunnelle (João Ramalho) tinha estado em Índias por 40 anos, feito guerra e pacificado a região. Julgava que ninguém mais do que ele merecia governar. Tanto era seu poder e autoridade que armava guerras e juntava num dia 5000 índios de guerra, quando o Rei do Portugal não conseguia juntar 2000.

 

Quando o grupo de Schmidel chegou à casa de Johann Kaimunnelle (João Ramalho) foram muito bem recepcionados por um de seus filhos, porém o grupo desconfiava mais dele que dos indígenas. Na hora de ir embora agradeceram a Deus de terem saído sem perigo daquele povoado.

 

Mais 20 léguas e Schmidel e seu grupo chegam à vila de Vicendo (São Vicente). No dia 13 de julho de 1553 encontram no porto uma nave portuguesa carregada de açúcar e algodão que um tal Pedro Rosel, feitor de Erasmo Schitzen de Amberes, que residia em São Vicente, enviava para Juan Hulsen, morador de Lisboa, de quem também era feitor.

 

Schmidel foi muito bem recebido por Pedro Rosel e no dia de São João Batista de 1553 iniciava sua viagem de volta para Europa. Essa caminhada de 376 léguas em seis meses tinha acabado.

 

Descripción: PEABIRU-SCHMIDEL

Itinerário de Ulrich Schmidel com o Caminho de Peabiru em destaque

 Adaptado de Reinhard Maack; Organizado por Ana Paula Colavite.

(http://acampamentopeabiru.blogspot.com.ar/)

 

Descripción: Cópia de portada de la relacion de schmidl 1599 portalguarani

Capa da edição latina de 1599 – Exemplar existente no Museu de Buenos Aires

 

Descripción: Cover

Capa da edição castelhana de 1903

 

Descripción: 1969-Febr8UlricoSchmidl   Selo argentino de 1969 homenageando Ulrich Schmidel

 

Descripción: Husius_1599a

Descripción: Husius_1599b

Mapa da América Meridional de autoria de Levinus Hulsius (1546-1605) editado em 1599, apenas 46 anos depois da viagem de Schmidel.

 

 

Descripción: America_Meridional

Excelente mapa de América Meridional de autoria do cartógrafo francês Alexis Hubert Jaillot (1632-1712) editado em 1696 que nos serve para ilustrar como eram as divisões geográficas 143 anos depois da viagem de Schmidel.Observar que nossa região ficava bem perto da divisa entre os territórios português (Brasil) e espanhol (Paraguay)

 

NOTAS:

(1) – Lansquenete: Soldado de infantaria dos corpos de mercenários alemães do final do século XV e século XVI.

 

Pesquisa: Horacio Alberto Garcia – Tágua (Facebook: Taguató Guassú)

 

Colaboração: Valdelice Conceição dos Santos

 

REFERENCIA DE LIVROS:

 

VIAGE AL RIO DE LA PLATA Y PARAGUAY, por ULDERICO SCHMIDEL. BUENOS-AIRES. IMPRENTA DEL ESTADO. 1836.

 

REVISTA DE LETRAS ABANICO - ULRICO SCHMIDL - VIAJE AL RÍO DE LA PLATA - BIBLIOTECA NACIONAL DE LA REPÚBLICA ARGENTINA

 

 

REFERENCIA DE SITES:

 

Proyecto Gutenberg - http://www.gutenberg.org/files/20401/20401-h/20401-h.htm

 

Biblioteca virtual Miguel de Cervantes - http://www.cervantesvirtual.com/obra-visor/viaje-al-rio-de-la-plata-1534-1554/html/ff3a9778-82b1-11df-acc7-002185ce6064_88.html

 

Pueblos Originários - http://pueblosoriginarios.com/textos/ulrico/ulrico.html

 

Portal Guarani - http://www.portalguarani.com/2315_ulrico_schmidl.html

 

Museo Virual de Berazategui - http://www.museovirtualbegui.com.ar/v2_articulo.php?id=486

 

Revisionistas – La otra historia de los argentinos - http://www.revisionistas.com.ar/?p=4617

 

Biblioteca Virtual Universal - http://www.biblioteca.org.ar/libros/10069.pdf

 

Reinhard Maack e o Caminho do Peabiru no Paraná - http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=319

 

Acampamento Peabirú - http://acampamentopeabiru.blogspot.com.ar/

 

 

 

 

 

 

 

 

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